quarta-feira, 10 de abril de 2019

Capítulo 001 da Campanha - A Ilha de Lorthal


Este é um Diário de Campanha no estilo Narrativo ( Como se fosse um livro)
Todas as ações dos personagens foram mantidas sem nenhuma alteração.


Primeira Parte sobre os Personagens e o Conceito da Aventura


  Antony Algaban, acordou na casa dele, que foi uma das poucas heranças que teve por causa do massacre de sua família, está no entanto não seria a mesma casa. Ele acabará de voltar de uma missão nas extremidades do Continente, a missão foi um total sucesso sem a perda de nenhum dos soldados envolvidos. Mesmo assim precisava apresentar-se no quartel onde servia para treinamento, ele teria uma semana de folga antes da próxima missão.

Ele arrumou-se e fez questão de pegar o amuleto dourado herdado pelos vampiros. Fez a jornada a pé no caminho percebeu que apesar da época de verão de Algaban a cidade estava envolta por uma névoa estranha, a temperatura também mais baixa do que o normal, colocou a mão em seu amuleto e sentiu um calafrio bizarro.

Dentro da parte da academia do quartel treinava ainda mais seus músculos, batia fervorosamente no saco de areia, a cada soco revivia aquela cena em sua mente, forçava a sua mente para lembrar exatamente os rostos daqueles que foram responsáveis pela morte de sua família. Algo que o sempre o deixava irritado era que mesmo que em seu amuleto tivesse a imagem pintada dos responsáveis as imagens em sua mente sempre ficavam turvas.

Muitos socos depois resolveu parar um pouco e descasar, caminhava para o refeitório quando a estante de metal que guardava os jornais, a manchete dizia que um Capitão da Policia de Nordon tinha sido morto na praça central de Lorthal, ele foi achado com apenas uma perfuração no peito de uma arma não identificada pelo corpo policial.

Com o jornal em mãos, subiu as escadas para ter uma conversa com a sua inspetora Irvene. Infelizmente Antony não tem as melhores das famas dentro da força militar de Algaban, a tragédia da família dele sempre foi o único foco em toda a sua vida, sempre debatia com seus superiores sobre ordens e como aproximar-se de uma situação critica e ainda sendo um dos melhores combatentes, nunca fora promovido. Um dos motivos que ainda o mantinha na força seria a sua herança de nobreza, que é muito forte.

A conversa foi curta, Irvene já estava acostumadas com as teorias da conspiração de Antony, qualquer evento um pouco mais bizarro no mundo seria o suficiente para que ele fizesse a ligação com a morte de sua família, e desta vez não foi diferente. A única coisa que conseguiu foi uma dispensa para dois dias.

Em circunstâncias normais Antony teria gritado e feito o seu ponto ser ouvido ou pelos menos escrito de meio oficial, mas desta vez preferiu voltar para sua casa, desta vez tinha certeza total que algo realmente estava acontecendo, algo que escapava de sua mente no momento que em apenas alguns dias seriam vinte anos do massacre.

 Ao chegar em casa colocou sua arma sobre a mesa e também retirou o amuleto do bolso e quando o fez sentiu um cheiro doce que nunca tinha sentido antes, sem perceber a fonte do cheiro olhou em volta, verificou as janelas e outras portas sem encontrar a fonte do cheiro, voltou para o amuleto e percebeu que o cheiro vinha diretamente do amuleto. Em um impulso abriu o amuleto e para a surpresa dele as imagens estavam diferentes, agora a imagem dos dois vampiros estavam do mesmo lado e do outro uma outra mulher que nunca tinha visto e que nunca esqueceria ela tinha uma beleza sobrenatural, algum tipo de perfeição das deusas gregas. Neste momento colocou o amuleto nos bolso e fechou todas as janelas e portas do andar de baixo. Subiu as escadas e enquanto fechava todas as janelas do segundo andar, viu pela janela um policial de casaco verde escuro o que é muito incomum, em Algabam todos os policias e militares fora de missão usam um casaco preto, escondeu-se e o esperou passar.

Alguns minutos depois do policial ter passado teve uma estranha sensação e se viu dentro do quarto do qual todas as coisas de seus pais foram colocadas, refletiu por um momento e lembrou-se que nunca esteve neste quarto antes, quando a mudança foi feita por outras pessoas até este momento nem mesmo a porta tinha sido aberta, e sentia levemente aquele cheiro. Investigou as caixas para a fonte do cheiro.

Para a surpresa dele encontrou um diário antigo de sua mãe, um documento de como a vida dele seria diferente de como é hoje, naquelas folhas de papel nenhuma lembrança ruim ou reclamação sobre a vida, apenas os melhores momentos de uma família perfeita. E no meio do diário uma flor de cor cinza que exalava o mesmo cheiro que o amuleto há alguns momentos atrás, apenas dos longos anos a flor ainda tinha uma forma reconhecível.


Determinado agora a encontrar respostas sobre está planta Antony caminhava a passos longos e rápidos em direção a biblioteca de Algaban, a neblina da cidade ainda se fazia presente e parecia mais forte do que pela manhã, os prédios cinzas de três a cinco andares agora sumiam no horizonte. Em seu caminho avistou uma floricultura, e na vitrine em uma cápsula de vidro a exata flor que estava no diário de sua mãe.

Aproximou-se da loja onde foi atendido por uma senhora de grandes olhos e óculos, ele perguntou sobre a origem daquelas plantas misteriosas, a senhora respondeu " Ah Estas belezas, elas são muito raras fora aqui na cidade, você sabe, por muitos anos tenho comprado sementes delas para tentar reproduzir aqui, só que foi impossível. Elas vem de uma cidade chamada Lorthal, uma ilhazinha no meio do nada entre Victum e Nordon". Ouvindo tudo com atenção Antony repetiu o nome da cidade em sua grave voz "Lorthal, não é a primeira vez que me deparo com este nome". Agradeceu a atendente e voltou para rua.

Desta vez o seu destino era o aeroporto militar de seu quartel, este ficava por fora do complexo cercado por arame farpado e uma cerca de mais de quatro metros. Na entrada um oficial de rank superior ao de Antony.

Antony inicialmente tentou fazer o pedido formal por uma nave para Lorthal, o que foi propriamente negada pelo oficial, com sua primeira tentativa frustrada, ficou quieto por um segundo e voltou a falar " Senhor não acho que tenha me entendido muito bem, não estou aqui como Antony o Operativo da Cidade, e sim está falando com um Algaban, e como um nobre da cidade que requisito uma nave", um pouco assustado o oficial respira fundo e replica " Tudo bem Senhor Algaban posso disponibilizar uma nave, o único problema é que o único piloto disponível é um pouco inexperiente.". Antony concordou com os termos e entrou na aeronave de transporte de capacidade para até dez pessoas, um tipo de veiculo usado em missões de carga entre as cidades, só que quase nunca usadas para voos longos e sobre o mar.



Trevelyan encontrava-se em uma escuridão total com um feixe de luz acima de sua cabeça, luz que não tinha força para espalhar-se, sentia-se desorientado, aquela não era a sua cama e sem nenhuma ideia de como chegou na situação atual, olhou para seu leito e viu uma grande pedra esculpida em forma de cama, em um pulo levantou-se e ao olhar para a direção do leito já não estava mais lá, virando-se para trás enxergou uma outra fonte de luz e alguma figura deitada em um objeto parecido com que estava. Seguiu em direção da luz em um passo acelerado, ao aproximar-se da figura a reconheceu como sua mãe, neste momento corria em direção dela, a distancia fazia-se gigante entre eles, quando podia a ver claramente a luz diminuía vagarosamente, suas pernas doíam e o caminho parecia estender-se, a luz diminuía ainda mais, e quando estava prestes a chegar todas as luzes apagaram e ele acordou. Estava de volta em sua casa, cama e quarto, levantou-se rapidamente e sentou-se na cama, colocou as mãos na cabeça coletando seus pensamentos e sanidade, a visão de sua mãe ainda viva era algo que apenas assombrava seus sonhos.

Antes que de recuperar-se totalmente ouviu a alguém batendo na porta freneticamente chamando por seu nome, ainda confuso levantou-se e abriu a porta, para a surpresa dele era seu primo Richter, o que era uma grande surpresa para ele Richter estava encarregado de uma missão encarregada diretamente pelo avô deles e já se faziam meses desde que ele tinha saído. Conversaram sobre os lugares que Richter esteve, ele contou que tinha passado muito tempo em Connor, uma cidade estranha cheia de pessoas diferentes e mistérios. Quando perguntado sobre qual eram os objetivos da missão e se tinha sido um sucesso, Richter calou-se e disse que teria que conversar com o avó deles Tomas.

Este tipo de comportamento era comum na família de Trevelya, Tomas sempre dava ordem individuais para todos e os motivos e resultados só eram revelados nos momentos cruciais, muitas das vezes ele mesmo ficava no escuro sobre o que os outros faziam. A fome ganhou sobre a sua curiosidade do que tinha acontecido, aproveitou o tempo para conversar sobre as coisas mundanas com seu primo, principalmente sobre a cidade de Connor.


Depois da refeição Trevelyan subiu as escadas de madeira que rangiam sempre ele as subia, na parte de cima da casa ficava apenas o quarto Tomas e um grande laboratório e biblioteca que uma vez já foram separados por paredes e agora é apenas um grande cômodo. Mesmo sendo cedo Tomas já estava sentado em sua poltrona à frente da lareira, ele não tinha ouvido ou simplesmente ignorou as duas batidas na porta que Trevelyan e ainda assim quando entrou Tomas disse em sua voz suave, cansada e um tanto rouca "Esperava que viesse mais cedo rapaz, tempo não é um recurso ilimitado, venha sente-se e ouça" ele apontou para a poltrona ao seu lado ao lançar a fumaça de seu cachimbo para cima. "Soube que Richter voltou de uma grande missão, quais foram as descobertas que ele fez?", Tomas deu mais um trago de seu cachimbo " O importante não são as descobertas que ele fez e sim quais foram as perguntas que ele nos trouxe, pois são as questões que trazem informações e estas valem mais do que ouro." Trevelyan sentou-se ao lado de seu avô, agora estava ao lado dele e enxergava que nas mãos dele um frasco com um pó branco dentro. "Estes são rastros que Richter conseguiu na distante cidade de Connor, uma energia antiga que poucos podem reconhecer, a energia dos Ancients.". Trevelyan permaneceu quieto olhando fixamente para o frasco nas mão de Tomas. " E este é o mesmo tipo de energia que reconheci nas amostras das baterias de Mana que me trouxe de Lorthal", sem dizer mais nada Tomas entregou o frasco para Trevelyam e ele sabia o que tinha que ser feito.

Trevelyan levantou-se e pediu para seu avô indicar um livro sobre tais criaturas pois precisaria estudar um pouco mais afundo sobre os Ancients. Tomas o indicou um livro dentro da estante que ficava lodo ao lado da antiga janela de madeira em forma de arco. Desceu as escadas rangentes e entrou no seu quarto, trocou-se, colocou sua espada do lado esquerdo e vestiu seu manto negro que cobria todo o corpo e entre as camadas do manto um broche em formato de um Dragão Dourado.

Ao sair de casa Trevelyan respirou fundo e olhou para a cidade de Victum com olhos diferentes, todos aqueles prédios de dez e quinze andares que se esticavam no horizonte e o barulho dos trilhos passando por cima de sua cabeça tinha a sensação que tudo que conhecia estava prestes a mudar. Tinha quase um dia para tentar voltar para Victum até achar alguma pista na ilha por causa do seu trabalho como Mago na cidade, um trabalho que achava muito entediante para o tanto de conhecimento que ele tinha sobre a energia Mana e algumas outras, passar o dia todo fazendo analises de baterias e relatórios sobre energia eram diminutivos.

Usou o transporte por trilhos para chegar até o porto, o porto de não comercial de Victum é gigantesco, ele guiou-se pelas placas do lugar até encontrar uma pequena cabine ao final do porto que fazia o trajeto de Victum até Nordon fazendo uma passagem por Lorthal, foi atendido por uma moça muito bonita que tinha um cheiro doce que nunca tinha sentido antes em sua vida, comprou a sua passagem e enquanto esperava lia o jornal de Victum que dava a noticia do assassinato do capitão de Nordon.


A viajem de Trevelyan até a ilha de Lorthal foi calma, leu todo o jornal e fez diversas anotações sobre o livro que tinha pego de seu avô. Chegou na ilha durante a noite, uma pesada névoa caia sobre a cidade e um vento frio soprava no porto, o barulho da água batendo sobre as rochas foram o cartão de boas vindas dele a cidade. Ele foi o único a desembarcar na ilha, apertou o casaco contra o corpo devido a nova corrente de frio e passou pela placa de madeira para seu desembarque. Assim que saiu do barco um sino tocou e a placa de madeira recolhida e o barco se fazia pronto para zarpar. Em sua frente uma pequena cabine com as luzes acessas, aproximou-se e dentro dela um homem com um pouco mais de idade, de uma voz fraca e tímida. Descobriu que um ônibus passava com frequência entre o porto e a cidade que era apenas uma questão de tempo até ele chegar, quando perguntado sobre a morte do capitão ele respondeu " Assassinado o Capitão? Isso deve ser coisa da Sarah aquela repórter enxerida, faz tudo parecer pio do que realmente é, o Capitão sempre teve problema no coração só isso!".  Trevelyan não esperava uma resposta tão agressiva do senhor, só que antes que pudesse perguntar algo mais os dois olharam para o céu pois luzes azuis piscavam acima de suas cabeças.

Uma nave de pequeno porte dançava estranhamente bem abaixo das nuvens, não era necessário entender muito sobre aviação para reconhecer o padrão irregular do voo, de repente a nave ficou estática no meio do ar e fez uma descida leve até o chão. O planador parou apenas alguns metros de onde Trevelyan e o atendente conversavam, da nave descia Antony, uma visão um tanto assustadora para os dois, pelo tamanho dele.


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